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O que é quiet quitting? Entenda como lidar com essa tendência no mercado

O período da pandemia Covid-19 trouxe muitos desafios e deixou consigo uma herança de novos comportamentos no que diz respeito às relações de trabalho. Nesse contexto, o quiet quietting é destaque.


Esse movimento é uma tendência. Assim, é preciso que os profissionais de RH e as lideranças entendam o que significa e como acontece no contexto das organizações.

Somente assim será possível implementar ações para que a rotina da empresa e a necessidade de bater metas coexistam de maneira eficiente.


Neste artigo, esclarecemos o conceito de quiet quitting, apresentamos como identificar isso na empresa e o que fazer, enquanto gestão, para lidar com isso. Vamos lá?


O que significa quiet quitting?


Do inglês, quiet quitting pode ser traduzida para “demissão silenciosa”. A princípio, o termo pode nos levar a uma interpretação equivocada.


É natural que muitos acreditem que isso seja um movimento intencional de exclusão para que o colaborador peça demissão ou a autoexclusão com o intuito de ser desligado pela empresa.


Na verdade, o quiet quitting é nada disso. Apesar do nome, o colaborador não quer de fato ser desligado. O talento busca impor limites na relação de trabalho com o intuito de equilibrar melhor a vida profissional e a vida pessoal.


Essa é uma tendência que passou a ser observada nas organizações com a pandemia Covid-19. Esse foi um momento na história em que os profissionais passaram a se questionar mais a respeito da qualidade de vida, tendo a efemeridade da vida como pano de fundo.


Nessa época, nunca se viu tantas pessoas com doenças emocionais e mentais. Ansiedade, depressão e bournout lideram os diagnósticos desde então, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde).


Como identificar essa prática?


Estabelecer limites entre a vida pessoal e o trabalho. No quiet quitting, o colaborador questiona de maneira silenciosa, porém prática, formatos de trabalho que são ideais para o desgaste emocional e mental.


Até pouco tempo atrás, era comum a exaltação de muitas horas trabalhadas ao dia como se fosse sinônimo de produtividade. Outro ponto era a execução de tarefas não previstas no escopo do cargo: os profissionais viam essa prática como uma boa ação para ser bem visto pela liderança.


Não estamos falando que ajudar em outras tarefas seja errado ou um crime, na verdade, é uma soft skill (habilidade interpessoal) esperada, já que se relaciona com proatividade e senso de equipe. O que está mudando é a forma feita. Tudo é alinhado com mais clareza, bem como há a existência de prazos reais.


Assim, aos estabelecer limites, os profissionais otimizam a sua gestão de tempo para serem produtivos no período da jornada de trabalho. A ideia também se relaciona ao não aceitar todas as ideias sugeridas ou assumir apoios a outras áreas se isso significar a despriorização das suas tarefas.


Quando isso acontece, é nítido que o colaborador precisa fazer horas extras para conseguir entregar as suas próprias atividades.


Assim, o quiet quitting pode ser visto como um momento de amadurecimento dos talentos do nosso mercado de trabalho. Saber dizer não é essencial para não desenvolver doenças mentais, como o bournout.


A seguir, confira alguns sinais e/ou práticas de quiet quitting.


Sinais de esgotamento


O esgotamento mental é um alerta de burnout e também um sinal de que o colaborador deve começar a pôr o quiet quitting em ação. É importante observar isso para evitar que o talento chegue ao esgotamento e que o quiet quitting seja uma ação proativa da empresa por meio de alinhamento com a liderança.


Falta às reuniões


Uma das dores de qualquer profissional é o volume de reuniões que poderiam ser um e-mail. Esses encontros, virtuais ou não, precisam ser bem direcionados e acontecer quando for de fato essencial.


Como muitas empresas ainda não tem essa perspectiva, lotam o colaborador de reuniões improdutivas, o que faz com que ele precise ter horas extras, a tendência é a falta a esses encontros.


Redução de tarefas


Reduzir o volume de tarefas assumidas em um intervalo de tempo não é sinônimo de queda de produtividade. Muito pelo contrário, isso significa que o colaborador está focando em executar todas as ações que ele tem certeza que consegue entregar sem precisar trabalhar mais horas para isso.


Como lidar com o quiet quitting?


O quiet quitting já é uma realidade dentro das empresas e a tendência é que se torne um movimento natural por dois motivos:


  1. chegada da geração Z, e próximas, ao mercado de trabalho;

  2. ação proativa das empresas para favorecer o equilíbrio entre profissional e pessoal, fomentando a qualidade de vida.


Assim, a melhor maneira de lidar com o quiet quitting é adaptar o seu negócio para ter uma gestão mais humanizada. Nesse sentido, o RH pode implementar rotinas como jornada flexível e trabalho remoto. Vale também ter uma política para o banco de horas ser resolvido no mesmo mês.


Na lista a seguir, você vai conferir outras ações possíveis.


Tenha conversas com a equipe


A transparência e a confiança são duas qualidades essenciais de uma gestão de pessoas humanizada. Sendo assim, implemente uma rotina de troca com a sua equipe.

Use os one-a-ones para saber como cada liderado se sente e identificar se há algo na gestão que precisa melhorar para o equilíbrio entre pessoal e profissional.


Incentive o respeito aos limites


Saber estabelecer limites é o segredo para ter mais saúde mental. E isso vale para qualquer contexto, inclusive para a vida pessoal. Existe um ditado popular que diz o seguinte: “as pessoas só fazem com a gente aquilo que damos poder a elas”. Isso é sobre impor limites nas relações.


No trabalho é preciso saber dizer não. As lideranças precisam trabalhar isso nos liderados, reforçando formas de dar uma negativa sem ser desagradável.


Fortaleça a gestão de tempo


Como gestor, você vai perceber que muitas pessoas desenvolvem doenças mentais no trabalho por não saberem dizer não e/ou por não saberem fazer a gestão do próprio tempo. Isso quer dizer que nem toda situação de ansiedade, depressão e burnout seja porque o “chefe” é uma mala sem alça.


No entanto, isso não tira da gestão a responsabilidade de observar isso e de ajudar o liderado a otimizar a sua organização com as tarefas e a priorização delas. Então, acompanhe o banco de horas do seu time, o dashboard de tarefas e o comportamento de cada colaborador.


Indica técnicas, como a pomodoro, ou curso de gestão de tempo e inteligência emocional para desenvolver essas soft skills no seu time.


Implemente ações a favor do bem-estar


A ação proativa da empresa de fomentar a qualidade de vida e bem-estar é a melhor maneira para lidar com o quiet quitting. Sendo assim, o RH pode colocar em prática algumas ações como:


  1. jornada flexível para além do horário comercial;

  2. focus day para ter um dia da semana sem reuniões;

  3. sextas-feiras com meia jornada de trabalho, sendo a metade de horas abonadas;

  4. adoção do modelo SCRUM para a gestão de tarefas e rotina;

  5. direito a 5h de atividade física dentro da jornada de serviço da semana com abono, comprovadas por meio do registro de relógios inteligentes.


Portanto, para lidar com o quiet quitting é preciso usá-lo exatamente como estratégia para reter o colaborador. É sobre não esperar que o colaborador comece a praticá-lo. É sobre usar isso para pôr em prática ações que vão reter e engajar seus talentos por mais tempo.

Então, curtiu o nosso conteúdo? Se gostou deste artigo, confira também o nosso post “7 estratégias de como motivar a geração Z no trabalho”. Boa leitura!

Performa


 
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